Estudos recentes dizem que quem sofre de alergias tem menor probabilidade de desenvolver cancro cerebral, uma vez que o sistema imunitário está mais alerta.
Não se sabe ainda como é que estes conhecimentos poderão auxiliar na prevenção do cancro cerebral. Ainda assim, o autor do estudo refere que são importantes para pesquisas futuras.

As lesões estudadas são conhecidas como gliomas, tipos de tumor mais comuns em cérebros de adultos.
Os gliomas conduzem à morte dentro de meses, mesmo que se tenha procedido à cirurgia ou se tenham feito tratamentos de quimio ou radioterapia.
Investigadores publicaram que as pessoas com alergias e doenças auto-imunes (que levam o sistema imunitário a atacar o organismo) têm menor probabilidade de desenvolver cancro cerebral.
“Tentámos encontrar uma ligação com algum tipo de alergia”, explicou McCarthy.
No estudo realizado este mês na revista “Epidemologia do Cancro, Biomarcadores & Prevenção”, o professor e os seus colegas examinaram os inquéritos respondidos por 419 pacientes com gliomas e 612 pessoas saudáveis.
A todos os pacientes perguntou-se se tinham alguma alergia – sazonal, a medicamentos, a comida, a animais ou qualquer outra – e se tomam anti-histamínicos.
Os resultados evidenciaram que as pessoas com tumores tinham menos apetência para desenvolver alergias e vice-versa. O anti-histamínico administrado não afectou os resultados, diz o autor.
O que é que as alergias têm a ver com os tumores cerebrais?
McCarthy diz que o trabalho intensivo do sistema imunitário pode causar alergias, mas permite que o organismo combata de melhor forma o cancro. Agora, o que fazer com esta informação é o assunto principal.
“Obviamente, que as alergias não são um factor de risco modificável (…). Não vamos dizer às pessoas que saiam e que desenvolvam alergias. Isso não vai acontecer. E não podemos dizer às que têm alergias que «isso é muito bom e que não tentem livrar-se delas»”.

Flamm diz que o estudo é pequeno e que as conclusões vão para além dos dados recolhidos.
“Existem vários factores a considerar e este estudo não os resolve de forma alguma” diz Flamm.
Os conflitos a considerar tratam-se do tipo de alergias evidenciadas em cada estudo, visto que algumas são bastante amplas e que outras são mais restritas (ex.: alergias sazonais). Deste modo serão necessários estudos futuros neste âmbito.
Boas leituras!